A GRANDE PESCARIA
Por Ramsés Luis
Querendo aproveitar os últimos dias da temporada de seca na nossa região programamos para sair naquela manhã de sexta feira onde acompanhado pelo meu primo e irmão de aventuras Duda Vasconcelos e juntamente com minha esposa Regiane e meu filho Gabriel, nos dirigimos a região de Acrelândia local de onde guardo ótimas lembrança de minhas monumentais pescaria e também onde pude aprimorar práticas e técnicas aprendidas com leituras e tentativas nessa minha busca quase autodidata da pescaria esportiva.
Se o “Brasil” está acordando agora para enxergar os benefícios que a pescaria trás para as comunidades, turismos e um ecossistema de uma região posso dizer que aqui no Acre essa visão é nula, pois muito deve ser feito para despertar essa visão de sustentabilidade que se fala tanto hoje.
A prática do pesque-e-solte ainda não é vista com bons olhos, pois para a grande maioria lugar de peixe não é na água ou que peixe na água não trás nenhum ganho. Mas só o fato de nossa pesca não ser com redes ou outros equipamentos de captura em massa já é um passo enorme para divulgar essa prática.
A PESCARIA
Barco amarrado, tralha arrumada seguimos eu, Duda, Jandele e seu irmão para o lago formado pelas águas do rio Abunã, divisa com Bolívia, que fica na propriedade do amigo, o Sr Arno. Na saída o inesperado acontece. O tempo fechado prenunciava pesadas chuvas. Mesmo assim seguimos viagem. Chegando à porteira da fazendo constatamos que o Sr Arno não estava, mas como eu havia combinado com ele na semana anterior tomei a liberdade de entrar na sua propriedade. Ainda faltava transpor 3 km por dentro do pasto e por um carreador que em tempos de chuvas fica intrafegável pois é uma área de várzea com a cheia do rio.
A chuva já nos rodeava algum tempo o que já me deixou preocupado, por dois motivos. A impossibilidade de sairmos daquele local e o principal, “o êxito da pescaria”.
Acampamento armado, o cansaço tomou conta dos nossos corpos e resolvemos só fazer uma refeição e dormir, buscando assim recuperar energias para o próximo dia.
Dia nublado, pressão atmosférica não propícia para uma pescaria de tucunarés já me deixou desanimado ainda mais que depois de fazer um pincho utilizando uma artificial do tipo zara com um ataque certeiro de uma grande traira, de forma imprudente e sem utilizar os equipamentos necessários fui espetado no dedo por uma garatéia.
Mas graças a Deus e a meus companheiros consegui tirar sem muitos estragos.
O tempo ia passando e nada de escutar as batidas dos tucunas nas águas escuras daquele grande lago ou se quer uma captura. Creio eu que devido a forte chuva que caiu naquela noite eles ficara muito manhosos. A experiência ja me mmostrou que em dias a pós as chuvas a possibilidade de captura é quase nula.
Tentei de tudo. Desde iscas de superfícies até jigs. Mas nada de ataques.
Foi ai que resolvi colocar em prática o velho ditado que diz que “só pega peixe quem pesca”.
Percebendo que os pirarucus estavam muito ativos resolvemos fazer uma tentativa de captura. Coloquei em prática uma forma até então inédita por essas bandas mas que aprendi vendo um programa na TV por assinatura.
Essa forma de captura consiste em observar aonde o grande peixe sobe para respirar e então é arremessado uma grande iscar viva a uns 3 a 4m a frente dele. Fizemos algumas adaptações nesse processo.
Esperamos ele subir para respirar, pois para quem não sabe, além do pirarucu respirar em baixo d’água ele também tem pulmões, pois em tempos de seca e em águas pouco oxigenadas ele tem a opção de buscar na superfície outro meio de sobrevivência.Outro fato que ajuda na captura dessa espécie é que ele gosta de se alimentar em águas rasas o que nos fez ficar focando mais as margens do lago.
Peixe avistado, lançamento feito. E uma espera infinita de aproximadamente 10minutos e eis que a bóia some nas águas calmas daquela selvagem represa. Peixe de muita força e de grandes arrancadas com lindos saltos nos faz guarda na memória a alegria de vivencias esses lindos momentos.
Após 30 minutos de briga coseguimos retirar aquele rei dos lagos para as devidas fotos que ficarão eternizadas em nossas vidas após aqueles dois dias de pura aventura.
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